
Um novo aparelho que facilita a terapia muscular respiratória (TMR) – que anteriormente podia ser feita apenas em hospitais – foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O exercício com o aparelho é necessário em casos de dispneia, que ocorre, normalmente, em pacientes que apresentam fraqueza nos músculos usados na respiração.
“[As equipes médicas] tiveram acesso a um equipamento importado, um dispositivo descartável, de um custo em torno de R$ 200”, explica Éder Sócrates Najar Lopes, do Departamento de Manufatura e Materiais, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp. O novo aparelho, feito de plástico, borracha e aço inoxidável, tem custo de produção estimado em cerca de R$ 50.
Os pesquisadores explicam que o aparelho é indicado para reabilitação de pacientes com doenças que impactam na oxigenação do sangue, como câncer de pulmão, asma e enfisema pulmonar. A nova tecnologia para a TMR é útil no tratamento de pacientes pós-covid, quando, muitas vezes, a dispneia se mantém mesmo após a cura. A fisioterapia respiratória ajuda na recuperação desses casos.
De acordo com o professor, o equipamento não é descartável. “A primeira demanda era para tornar ele reutilizável. Isso passa [pelo fato de] que a pessoa consiga desmontar, higienizar, montar, então tem que ser bem fácil, bem simples”, explica Lopes. Ele afirma também que, pelas dificuldades de higienização e custo, o uso desse dispositivo ficava restrito aos pacientes que estavam no Hospital das Clínicas.
Lopes compara o novo produto a um aparelho de inalação. “Quando eu era criança, para fazer inalação, tinha que fazer no hospital ou na farmácia. Hoje, ele já está nas residências, de fácil operação”, explica. A Agência de Inovação Inova Unicamp depositou um pedido de patente no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi).
Além da Faculdade de Engenharia Mecânica e do Hospital das Clínicas, o projeto envolveu pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp.