
A expectativa da cadeia produtiva é de que uma safra histórica de café começará a ser colhida nos próximos dias no Espírito Santo. São esperadas 18 milhões de sacas de 60 quilos de conilon e 3 milhões de arábica a preços bastante razoáveis – mais de R$ 1,9 mil a saca (bebida rio) de arábica e quase R$ 1,6 mil a de conilon. A preço de hoje estamos falando de uma colheita que se aproximará dos R$ 30 bilhões. Dinheiro suficiente para melhorar a vida do produtor, fazer girar a economia local e, o que muita gente do mercado está observando com atenção, alavancar a produtividade das lavouras do Estado.
“É claro que diante de uma safra tão volumosa e com preços muito satisfatórios, o produtor vai comprar carro novo, investir na casa e gastar no comércio. Nada mais natural, entretanto, há um trabalho em curso e uma expectativa muito grande para que aproveitemos esta enorme quantidade de capital que está entrando na cadeia produtiva para que consigamos dar um salto de produtividade, um salto que seria capaz de nos colocar em um patamar ainda mais diferenciado, em uma posição ainda melhor na comparação com nossos concorrentes internacionais”, assinalou Michel Tesch, subsecretário de Agricultura do Espírito Santo.
Mas para onde devem ir os investimentos? Tesch, com a ressalva de que as propriedades estão nos mais diversos graus de desenvolvimento, dá as seguintes orientações:
Renovação de lavoura: avaliar se a área atual está atingindo o potencial produtivo com as tecnologias que já disponíveis, caso contrário é uma boa hora para renovar, com foco em produtividade;
Irrigação inteligente e adubação: o uso racional dos recursos hídricos e a eficiência da nutrição maximizam a produtividade e evitam desperdício. É hora de investir no manejo, que exige conhecimento do solo, da planta e do sistema de irrigação.
Mecanização: planejar a renovação ou a ampliação de área de cultivo para facilitar os tratos culturais e a colheita, seja mecânica ou manual, ajustando espaçamento e densidade de plantio e pensando em micro terraceamento (nas regiões de relevo mais inclinado);
Pós-colheita: modernizar e ampliar a estrutura de pós-colheita para dar conta do volume produzido, excluindo as fornalhas de fogo direto, que prejudicam a qualidade final do grão;
Boas práticas: adotar boas práticas produtivas e buscar a adequação socioambiental (o Incaper possui o currículo de sustentabilidade), facilita o processo de certificação e rastreabilidade, que, embora enseje algum investimento, fazendo da maneira correta, abre0 mercado e, consequentemente, dá retorno financeiro;
Novas áreas: a ampliação da área de cultivo pode e deve estar no radar dos produtores, mas a agenda prioritária é o avanço na produtividade, ou seja, ser o máximo eficiente na área atual antes de ampliar.
“Se puder resumir tudo isso, diria que eficiência com mais qualidade e mais sustentabilidade é igual a uma maior rentabilidade. Vale a pena prestar atenção em todos esses fatores e aproveitar o momento favorável”, assinalou o subsecretário.
(Fonte: A Gazeta)