
Antes mesmo de seu nome ser anunciado na sacada da Basílica de São Pedro, a multidão abaixo gritava “Viva il papa” (Viva o papa).
Robert Prevost, de 69 anos, será o 267º ocupante do trono de São Pedro e será conhecido como Leão 14.
Ele será o primeiro americano a ocupar o posto de papa, embora seja considerado um cardeal latino-americano devido aos muitos anos que passou como missionário no Peru, antes de se tornar arcebispo.
Embora tenha se mudado para o Peru três anos depois, ele retornava regularmente aos Estados Unidos para servir como pároco e prior em sua cidade natal.
Ele tem nacionalidade peruana e é lembrado com carinho como uma figura que trabalhou com comunidades marginalizadas e ajudou a construir pontes na Igreja local.
Ele passou dez anos como pároco local e como professor em um seminário em Trujillo, no noroeste do Peru.
Em suas primeiras palavras como papa, Leão 14 falou com carinho de seu antecessor, Francisco.
“Ainda ouvimos em nossos ouvidos a voz fraca, mas sempre corajosa, do Papa Francisco, que nos abençoou”, disse ele.
“Unidos e de mãos dadas com Deus, avancemos juntos”, afirmou diante de uma multidão em festa.
Leão 14 disse à multidão que o ouvia na Basílica de São Pedro que é membro da Ordem Agostiniana.
Tinha 30 anos quando se mudou para o Peru como parte de uma missão agostiniana.
Francisco o nomeou Bispo de Chiclayo, no Peru, um ano após se tornar papa.
Ele é bem conhecido pelos cardeais de toda a América Latina por seu papel de destaque como prefeito do Dicastério para os Bispos.
Como 80% dos cardeais que participaram do conclave foram nomeados por Francisco, não é de se surpreender que alguém como Prevost tenha sido eleito.
Ele é visto como uma figura que favoreceu a continuidade das reformas de Francisco na Igreja Católica.
Embora seja americano e esteja plenamente ciente das divisões dentro da Igreja Católica, sua origem latino-americana também representa a continuidade de um Papa que veio da Argentina.
Embora, durante seu mandato como arcebispo no Peru, ele não tenha escapado dos escândalos de abuso sexual que obscureceram a Igreja, sua diocese negou veementemente que ele tenha se envolvido em qualquer tentativa de encobrimento.
Antes do conclave, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que, durante as reuniões do Colégio Cardinalício nos dias que antecederam o conclave, foi enfatizada a necessidade de um papa com “um espírito profético capaz de liderar uma Igreja que não se fecha em si mesma, mas sabe como sair e trazer luz a um mundo marcado pelo desespero”.
(Fonte: A Gazeta)