
Um dos principais produtores de óleo e gás do país, o Espírito Santo vai ganhar uma nova operação para exploração de petróleo em um modelo inédito no estado: o Terminal de Granéis Líquidos (TGL) Praia Mole, que será voltado à operação de transferência de petróleo no modelo ship to ship (leia-se: de um navio diretamente para outro, em alto mar). O terminal terá um investimento na ordem de R$ 340 milhões, realizado pela Blue Terminals, empresa da Zmax Group, e ficará localizado no Porto de Praia Mole, em Vitória.
Novo porto vai gerar R$ 80 milhões em royalties de petróleo por ano
Com um investimento estimado em R$ 340 milhões, o terminal terá estrutura para movimentar até 14 milhões de toneladas de petróleo por ano, o equivalente a cerca de 100 milhões de barris. Segundo a administradora, a infraestrutura está preparada para receber navios do tipo VLCC (Very Large Crude Carrier, que significa “navio transportador de petróleo bruto muito grande”).
O diretor executivo da Blue Terminals, Bruno Fardin, afirma que os processos de licenciamento de operação e ambiental estão em curso. A previsão é que as obras tenham início em agosto de 2026, após a liberação, e que o terminal passe a operar no segundo semestre de 2027.
“É uma grande oportunidade de termos uma infraestrutura portuária em complemento às já existentes nesse modelo ship to ship, que estão localizadas no Rio de Janeiro e São Paulo. O Espírito Santo é, hoje, o terceiro maior produtor de petróleo do Brasil, mas exporta uma pequena parte do que produz. A maior parte sai por estados vizinhos. Essa infraestrutura vem para colocar o estado na rota global do petróleo”, aponta Fardin.
O novo terminal ficará localizado no Porto de Praia Mole, no Complexo de Tubarão – em uma área administrada pela Vports. Segundo Gustavo Serrão, presidente da concessionária, um memorando de entendimento já foi assinado pelas duas empresas.
“Entre as determinações do contrato de concessão da Vports, está o desenvolvimento de novos negócios nos portos por ela administrados. Temos o compromisso com o desenvolvimento do Espírito Santo e o avanço de parcerias com empresas que busquem operar no Estado”, detalha Serrão.
Além do investimento para a construção e início das operações, há uma previsão de movimentação de R$ 80 milhões por ano em royalties de petróleo, distribuídos entre Vitória (40%), Serra (30%) e Vila Velha (30%), considerando os parâmetros de volume e preço médios de 2023. Ao todo, a empresa estima que o terminal adicionará anualmente cerca de R$ 270 milhões na economia capixaba.
Para o vice-governador Ricardo Ferraço a chegada do novo porto vai potencializar uma área que está ociosa, gerando empregos, renda e receita para municípios capixabas.
“Recebemos esse projeto com muito entusiasmo. O Brasil está caminhando para a produção de 5 milhões de barris de petróleo por dia, mas há um déficit de estrutura portuária que possa fazer a exportação dessa produção. Então é um investimento muito importante a partir de uma vocação natural que o Espírito Santo possui para a logística”, completa o vice-governador.
Ship to ship. Operações deste tipo ainda não são realizadas no Espírito Santo. No entanto, há outros dois projetos anunciados para transpor o petróleo da mesma forma: no Porto da Imetame, que está sendo construído em Aracruz, por meio de uma parceria com a Transpetro; e no Porto Central, em Presidente Kennedy, em parceria com a norueguesa Equinor.
(Fonte: A Gazeta)