
Em 23 de junho de 2024, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) completou 20 anos. Não há dúvidas de que em termos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) a criação da Fapes representou um divisor de águas no Espírito Santo.
Criada num contexto favorável à área de CT&I no Brasil, período em que o país colocava em prática os instrumentos criados na Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), a Fapes foi a 19º Fundação de Amparo à Pesquisa criada no Brasil. Sua criação representa também a completude das Fap’s existentes na região Sudeste considerando que, até aquele momento, o Espírito Santo era o único Estado da região que não contava com uma Fap e essa situação, por si só, traz à tona as desigualdades intrarregionais no estímulo e no financiamento às atividades de CT&I.
Nesse sentido, nas palavras de Luciano Terra Peixoto, que presidiu a Fapes de 24/09/2007 a 02/03/2009, “já se fazia necessária a atuação de uma agência estadual de amparo à pesquisa, não só para apoio a estes pioneiros, em desvantagem com relação a grupos consolidados de outras unidades da federação na disputa por verbas federais, mas também na preparação do caminho para os que estavam chegando”.
Passados praticamente 20 anos, em 2022, o Espírito Santo já contribuía com 1,41% da produção científica nacional; em 2023, contou com 828 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, alcançando 1,9% do total de grupos do país; e a Ufes, em 2023, chegou a 38 cursos de doutorado, inaugurando seu primeiro doutorado profissional.
Para comemorar seus 20 anos de existência, a Fapes lançou no dia 21 de junho o livro intitulado “Fapes 20 anos – História, Evolução e um Olhar para o Futuro”, organizado por mim em colaboração com alguns funcionários da instituição, do Ifes e pela doutora em Sociologia Michelli Possmozer.
A obra traz uma contextualização histórica da ciência, da tecnologia e da inovação do Espírito Santo; resgata a história da criação e a evolução da Fapes destacando não apenas os marcos institucionais, mas especialmente os atores locais envolvidos na evolução da Fundação; lança luz sobre projetos de destaque em suas cinco ações finalísticas que são o apoio à pesquisa, difusão científica, capacitação em recursos humanos, inovação e extensão; e por fim, traz um olhar para o futuro da instituição.
Os leitores poderão ver que apesar da criação relativamente tardia em comparação à maioria das demais Fap’s do país, em apenas 20 anos de existência a Fapes se configurou entre as mais exitosas do país. Em diversos indicadores relacionados aos investimentos em atividades de pesquisas (1ª em % de contribuição à pesquisa), em execução orçamentária (3ª posição entre as Fap’s) e em investimentos em bolsas (2ª em percentual de contribuição), nossa fundação é destaque nacional.
Os próximos anos nos trazem desafios ainda maiores e contamos com nossa Fapes como protagonista na coordenação e no financiamento das atividades de CT&I, que são cada vez mais cruciais para a promoção do desenvolvimento sustentável. Vida longa à Fapes!
(Fonte: A Gazeta)