
Às vésperas do início de uma colheita de café conilon que promete ser muito forte no Espírito Santo, responsável por algo próximo de 70% da produção brasileira, os executivos do Porto de Vitória garantem que o complexo está preparado para escoar a safra para fora do Brasil. O setor produtivo estima uma colheita de 18 milhões de sacas de 60 quilos, grande parte disso será exportada. No ano passado, o porto sofreu fortes críticas por parte do segmento cafeeiro por não conseguir dar conta do fluxo.
“Posso garantir que o Porto de Vitória nunca esteve tão preparado. É claro que logística é algo integrado, depende de questões que estão fora do alcance da Vports (concessionária responsável pelo Complexo Portuário de Vitória), como disponibilidade de contêineres e navios, mas, no que depender de nós, estamos preparados”, garantiu Gustavo Serrão, CEO da Vports.
O executivo lembrou que, durante boa parte do ano de 2024, o terminal de contêineres operou com apenas dois dos três portêineres (grandes estruturas para agilizar a movimentação de cargas) disponíveis (as máquinas foram reformadas) e, ainda assim, o movimento subiu 30% em relação a 2023. “Estamos entrando no período mais crítico com uma capacidade de movimentação no terminal de contêineres 44% maior. Além disso, fechamos um acordo com a Log-In e a área de contêineres será ampliada em mais de 60%. O espaço ainda está sendo reformado, receberá um investimento de R$ 35 milhões, mas já dá um fôlego, pode, por exemplo, receber contêineres que estão vazios. Por fim, fizemos o último teste para operarmos sem restrições com calado de 12,5 metros, isso significa que o porto está liberado para receber navios com até 83 mil toneladas, antes, estava e 70 mil toneladas. Todo este pacote dá mais capacidade e eficiência ao complexo”, enumerou Serrão.
Há muitos anos que o café arábica capixaba que é exportado sai por Santos e Rio de Janeiro. A pressão em cima do Porto de Vitória subiu de 2023 para cá, com a quebra de safra do conilon no Vietnã, maior produtor do mundo. Sem disponibilidade, os compradores voltaram os olhos para o Brasil, segundo maior produtor do planeta, e as exportações dispararam, evidenciando todos os gargalos. Armazéns ficaram lotados de café já comercializado, provocando um estresse na cadeia. Em julho do ano passado, diante do cenário, Centro do Comércio de Café de Vitória e Centrorochas (entidade que representa os exportadores de rochas) fizeram uma dura carta expondo toda a situação.
(Fonte: A Gazeta)