A perda de faturamento no comércio do Espírito Santo gira em torno R$ 1,3 bilhão até o início da semana passada (dia 7), em função do impedimento de abertura dos estabelecimentos comerciais. Esta é a estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O estudo apurou que 78% do comércio capixaba estão fechados, e que nos segmentos que permanecem abertos, como o varejo alimentício e as farmácias, o movimento de clientes caiu cerca de 35%.
Um decreto do governo estadual determinou o fechamento ao público dos estabelecimentos comerciais desde o dia 21 de março, como tentativa de deter o avanço do novo coronavírus. Apenas atividades essenciais foram mantidas.
R$ 1,3 bilhão no Espírito Santo é uma parte bem pequena do prejuízo nacional, calculado (com base na média de faturamento diário) em R$ 53,3 bilhões até o dia 7 deste mês. O levantamento da Confederação Nacional do Comércio abrangeu dez unidades da Federação, incluindo Espírito Santo. Elas são responsáveis por por 72,5% do volume de vendas do comércio nacional.
Sob o ponto de vista do faturamento, a CNC avalia que as vendas pela internet não preencheram a queda das vendas do consumo presencial. A entidade lembra que a situação está sendo agravada pela retração da renda dos consumidores. Na verdade, o desemprego avança, em todas as áreas, e os profissionais que trabalham por conta própria, formais e informais, estão sentindo no bolso o encolhimento da demanda.
Há também outra projeção de cenário para o comércio. É feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que estima em mais de R$ 100 bilhões a perda de faturamento das lojas, caso a paralisação das operações continue durante o mês de maio. Ainda assim, a entidade tem se manifestado em defesa do fechamento geral do comércio, em todo o país, visando à saúde pública.
Afinal, o que será da economia brasileira neste ano? Há poucos dias, o ministro Paulo Guedes disse a senadores (em audiência on-line) que o PIB pode ter queda de até 4% em 2020, caso a paradeira da produção e dos serviços se prolongue até julho. Este seria o pior cenário.