O novo coronavírus avança. Muitas atividades econômicas estão em quarentena. Projeções sobre o PIB caem. Mesmo assim, há boas notícias para a cafeicultura – e isso é muito importante para a economia capixaba.
A receita bruta das lavouras do café no Brasil prevista para 2020 tem aumento de 25% em comparação com 2019. O faturamento gerado pela safra de café neste ano está estimado em R$ 25 milhões. Ou seja, R$ 5 bilhões a mais do que R$ 20 bilhões alcançados no ano passado. Esta é a mais recente das boas notícias para o setor cafeeiro. Trata-se de cálculo da Embrapa Café, órgão do Ministério da Agricultura.
É claro que o Espírito Santo faz parte desta festa. Afinal, é o segundo maior produtor de café do país e, disparado, o rei do conilon. De acordo com a Embrapa, o faturamento de todas as lavouras no território capixaba, em 2020, atingirá R$ 5,7 bilhões, dos quais R$ 4,5 bilhões (ou 79% do total) se originarão do café.
A referência dos cálculos são os preços médios recebidos pelos produtores em janeiro – que, na verdade, estão muito baixos para o café (arábica e conilon). Acumulam defasagens acentuadas pelo menos desde 2018. Obviamente, não fosse isso a receita do setor seria muito maior, irrigando a economia e as prefeituras em mais de 60 municípios no Estado.
O aumento do dinheiro gerado pelo café é impulsionado pela abundância da safra prevista para este ano. Esta foi a primeira notícia positiva na cafeicultura em 2020, divulgada em janeiro por esta coluna. Se não houver imprevisto (até agora, o coronavírus não tem atrapalhado), a colheita de café (conilon e arábica) no território capixaba em 2020 pode atingir volume superior a 15 milhões de sacas, o maior da história, desde os registros oficiais. É o que diz a primeira estimativa do ano, feita pela Conab.
A projeção para a espécie conilon indica que o Espírito Santo terá uma produção entre 9 milhões e 10,6 milhões de sacas. O recorde local anterior foi registrado em 2014, com 9,950 milhões de sacas. Isso é o que diz a Conab, mas nas áreas de plantio muita gente acredita que a soma tenha passado de 10 milhões de sacas. O Brasil produzirá entre 13,95 milhões e 16,04 milhões de sacas de conilon neste ano, e a participação do Espírito Santo deve ficar entre 64,5% e 66,2%.
Para esse tipo de café arábica, a Conab estima que o Espírito Santo colherá em 2020 entre 4,01 e 4,77 milhões de sacas (resultado favorecido pela bienalidade positiva do produto). O recorde anterior no Estado tinha sido de aproximadamente 3,9 milhões de sacas, em 2016. Para o Brasil, a previsão oscila entre 43,2 milhões e 45,93 milhões de sacas de arábica. Comparada à safra ao ano passado, significa alta entre 26% e 34,1%, respectivamente. A produção de café do Brasil (arábica e conilon) também prenuncia-se recorde em 2020: entre 57,2 milhões e 62,02 milhões de sacas.