Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio mostrou que o número de brasileiros que viajou para fora do país aumentou em 2022. Mesmo com a pausa imposta pela pandemia, até 2019 foram 386 mil brasileiros. No ano passado, o número saltou para 455 mil.
A experiência fora do país traz ganhos diversos para os estudantes, seja no aprendizado de uma nova língua ou na possibilidade de um novo emprego, como aconteceu com o Julio Cesar. Ele foi para Londres, e se desfez de muita coisa para poder viajar.
“Eu vendi minha guitarra, minha primeira guitarra. Comprei com 14 anos, no primeiro emprego, tive que vender. Vendi minha bicicleta, roupa”, relata.
Julio Cesar divertiu os pais ao voltar para casa falando em inglês. Eles não entendem e pedem traduções.
“Eu escuto, só, porque entender, mesmo, eu não entendo. As vezes ele até tenta falar comigo, né, mas eu não entendo, e eu falo: Dá para traduzir aí o que você falou?”, diz a mãe, Nanci Batista.
A alta de 18% na quantidade de intercambistas nos períodos anterior e após a pandemia é explicada pelo presidente da Associação Brasileira das Agências de Intercâmbio, Alexandre Argenta. Para ele, a quantidade de estudantes que ficaram no país e a melhora no serviço são as justificativas.
“Eu acredito que tenha também a ver com um pouco de um volume de estudantes que estava represado ainda aqui no Brasil, esperando durante os dois anos da pandemia para estudar fora do país. Mas ao mesmo tempo, eu vejo que cada vez mais é o mercado de intercâmbio no Brasil, ele está mais profissionalizado”, argumenta.